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segunda-feira, 25 de março de 2019

Teatro-educação: a importância do teatro na aprendizagem da criança



O teatro na educação tem a função de desenvolver as potencialidades expressivas da criança e não, o uso para encenações de datas comemorativas ou encerramento de projetos, como é visto em muitas escolas. Sem dúvida nenhuma esta atitude também é válida, mas o essencial do teatro-educação não é o produto final, mas sim, o que foi conquistado ao longo das atividades. 
            Entendendo o teatro desta maneira mais ampla vamos analisar a criança e sua evolução na representação:
            A primeira manifestação expressiva da criança inicia-se na expressão de seus desejos. A externalização de sentimentos, emoções e estados íntimos  do bebê, facilitarão os cuidados maternos (ex: chorar quando tem fome ganha o leite) e posteriormente serão intencionais criando a comunicação entre a mãe e o bebê.
            Por volta dos 12 meses de idade, observamos outra manifestação expressiva: o desenvolvimento dos gestos simbólicos, onde a criança revive uma cena com seus gestos ninando a boneca ou fingindo que está dormindo quando lhe é solicitado.
            Aos poucos vão refinando sua expressividade de acordo com a sua evolução simbólica.
            Agora vamos analisar o que o Referencial de Educação Infantil nos fala sobre o desenvolvimento expressivo da criança:
            Esta habilidade poderá ser encontrada no eixo sobre movimento, mencionando a importância das expressões corporais para a criança se apropriar da cultura corporal do meio em que vive.
A expressão “cultura corporal” está sendo utilizada para denominar o amplo e riquíssimo campo da cultura que abrange a produção de práticas expressivas e comunicativas externalizadas pelo movimento.



OBJETIVOS (apenas o que se refere à expressividade)
Crianças de zero a três anos
A prática educativa deve se organizar de forma em que as crianças desenvolvam as
seguintes capacidades:
• familiarizar-se com a imagem do próprio corpo;
• explorar as possibilidades de gestos e ritmos corporais para
expressar-se nas brincadeiras e nas demais situações de
interação;

Crianças de quatro a seis anos
Para esta fase, os objetivos estabelecidos anteriormente deverão
ser aprofundados e ampliados, garantindo-se, ainda, oportunidades para que as crianças
sejam capazes de:
• ampliar as possibilidades expressivas do próprio movimento,
utilizando gestos diversos e o ritmo corporal nas suas
brincadeiras, danças, jogos e demais situações de interação;


É muito importante para o desenvolvimento da inteligência emocional, que a criança aprenda a discernir as expressões faciais das pessoas, bem como o tom da voz. Assim, ela vai aprendendo a perceber os sentimentos das mesmas.
Devemos estar sempre em alerta com a nossa expressão, pois oferecemos repertório para a aquisição de gestos e posturas pela criança, tanto intencionalmente, quando dramatizamos uma história com gestos expressivos e tom de voz, como nos gestos da comunicação do dia-a-dia.

            O que nos fala o PCN sobre o teatro:

Nos Parâmetros Curriculares Nacionais o termo teatro já é empregado e nele é colocado que o ato de dramatizar já é comum do homem. “Ao observar uma criança em suas primeiras manifestações dramatizadas (o jogo simbólico), percebe-se a procura na organização de seu conhecimento do mundo de forma integradora. A dramatização acompanha o desenvolvimento da criança como uma manifestação espontânea, assumindo feições e funções diversas, sem perder jamais o caráter de interação e de promoção de equilíbrio entre ela e o meio ambiente”. Brasil, 1997 (PCN)
            Ao participar de atividades teatrais o indivíduo aprende a se colocar no lugar do outro, habilidade fundamental para o desenvolvimento do respeito e  tolerância.
A criança, ao começar a freqüentar a escola, possui a capacidade da teatralidade como um potencial e como uma prática espontânea vivenciada nos jogos de faz-de-conta. Cabe à escola estar atenta ao desenvolvimento no jogo dramatizado oferecendo condições para o exercício consciente e eficaz, para aquisição e ordenação progressiva da linguagem dramática. (utilizar seu conhecimento do faz-de-conta, para aprimorar a técnica).
No ensino fundamental o aluno deve desenvolver um maior domínio do corpo, tornando-o expressivo, um melhor desempenho na verbalização, uma melhor capacidade para responder às situações emergentes e uma maior capacidade de organização e domínio de tempo.
O teatro na educação, também favorece o desenvolvimento de habilidades emocionais, cognitivas e sociais, como pode ser observado na tabela abaixo:








Aspectos cognitivos
Aspectos afetivos
Aspectos sociais
  • Melhora a concentração;
  • Melhora a memorização;
  • Favorece a rapidez no raciocínio (ex: improvisação);
  • Favorece a oralidade, a leitura e a interpretação
  • Desperta a iniciativa;
  • Favorece a desinibição;
  • Favorece a auto-confiança;

  • Proporciona a vivência grupal;
  • Propicia a cooperação;
  •  


Sugestões de atividades na Educação Infantil:

Crianças de 1 à 3 anos –
·         Explorar bastante as atividades em frente ao espelho (corpo inteiro), para o desenvolvimento da consciência do eu;
·         Músicas com gestos, principalmente as que falam do próprio corpo. Ex: Jacaré, Boneca de lata, etc;
·         Brincar de fazer caretas, imitar bichos.
Crianças de 4 à 6 anos
·         Aumentar o grau de dificuldade das brincadeiras anteriores e manter as atividades com espelho agora acrescentando maquiagem, acessórios, fantasias, etc;
·         Brincadeiras de roda, Brincadeiras tradicionais com expressão corporal (A linda rosa juvenil, quando eu era neném, etc);
·         Dança, mímicas (imitar uma flor nascendo, jogos de adivinha com mímica).


Procurar bibliografia do Mário de Andrade que estudou danças populares e dramáticas brasileiras


Sugestões de atividade no Ensino Fundamental
Neste estágio vamos tornar seu jogo dramático mais técnico, além de manter em alguns momentos apenas o caráter lúdico, principalmente no início.

·         Brincar livremente com brinquedos simbólicos (casinha, médico, mercado);
·         Atividades preparatórias para uma encenação (concentração – fila indiana, espelho; oralidade e entonação – telefone com defeito, música: Mariana; falas que aumentam à medida que o professor se afasta; criatividade e improviso – teatro dos braços, entrevista; expressão corporal – dança, passeio ao pântano, zoológico, peso, corda bamba*; relaxamento – boneco de cera, de neve, balançar como as folhas de uma árvore, correr como um rio, voar como uma gaivota, cair como um raio etc.
·         Dramatizações coletivas: construção de uma casa, confecção de uma pipa (duplas), criar uma história com personagens conhecidos, etc.
·         Auto avaliação: cada criança vai dar uma nota para o seu comportamento naquele dia ou naquela semana e contar porquê (se quiser). (carinhas)
* No jogo dramático a situação é delineada, mas a ação resulta de pura improvisação em seu decorrer.

A seqüência de uma aula de teatro concentração-dinâmica-relaxamento-auto-avaliação
Cuidados durante a apresentação: posição em palco, cena congelada, seleção dos atores,etc.
 Pesquisa, elaboração e utilização de cenário, figurino, maquiagem, adereços, objetos de cena, iluminação e som, elaboração e utilização de máscaras, bonecos e de outros modos de apresentação teatral.
 Seleção e organização dos objetos a serem usados no teatro e da
participação de cada um na atividade.
 Criação  ou escolha de textos e encenação com o grupo.
Inicialmente, os jogos dramáticos têm caráter mais improvisacional e não existe muito cuidado com o acabamento, pois o interesse reside principalmente na relação entre os participantes e no prazer do jogo.
Como avaliar a evolução do aluno?
Observar se desenvolve a habilidade de concentração, expressão corporal (no início geralmente é mais tímido e sem expressão), se respeita as regras, se melhora sua expressão oral, se interage com os colegas e dá sua opinião.

Referências bibliográficas

Brasil.  Parâmetros curriculares nacionais. arte. Secretaria de Educação Fundamental.  Brasília. MEC. 1997.
Brasil. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Secretaria de Educação Fundamental.  vol. 3. Brasília. MEC. 1998.
Diniz, G. Psicodrama pedagógico e teatro-educação. Seu valor psicopedagógico. Icone. São Paulo. 1995. 
                       
                       Kelem Zapparoli (2009)



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