O teatro na educação tem a
função de desenvolver as potencialidades expressivas da criança e não, o uso
para encenações de datas comemorativas ou encerramento de projetos, como é
visto em muitas escolas. Sem dúvida nenhuma esta atitude também é válida, mas o
essencial do teatro-educação não é o produto final, mas sim, o que foi
conquistado ao longo das atividades.
Entendendo
o teatro desta maneira mais ampla vamos analisar a criança e sua evolução na
representação:
A
primeira manifestação expressiva da criança inicia-se na expressão de seus
desejos. A externalização de sentimentos, emoções e estados íntimos do bebê, facilitarão os cuidados maternos
(ex: chorar quando tem fome ganha o leite) e posteriormente serão intencionais
criando a comunicação entre a mãe e o bebê.
Por volta dos 12 meses de idade,
observamos outra manifestação expressiva: o desenvolvimento dos gestos
simbólicos, onde a criança revive uma cena com seus gestos ninando a boneca ou
fingindo que está dormindo quando lhe é solicitado.
Aos poucos vão refinando sua
expressividade de acordo com a sua evolução simbólica.
Agora vamos analisar o que o
Referencial de Educação Infantil nos fala sobre o desenvolvimento expressivo da
criança:
Esta habilidade poderá ser
encontrada no eixo sobre movimento, mencionando a importância das expressões
corporais para a criança se apropriar da cultura corporal do meio em que vive.
A expressão “cultura
corporal” está sendo utilizada para denominar o amplo e riquíssimo campo da
cultura que abrange a produção de práticas expressivas e comunicativas
externalizadas pelo movimento.
OBJETIVOS
(apenas o que se refere à expressividade)
Crianças
de zero a três anos
A
prática educativa deve se organizar de forma em que as crianças desenvolvam as
seguintes
capacidades:
•
familiarizar-se com a imagem do próprio corpo;
•
explorar as possibilidades de gestos e ritmos corporais para
expressar-se
nas brincadeiras e nas demais situações de
interação;
Crianças
de quatro a seis anos
Para
esta fase, os objetivos estabelecidos anteriormente deverão
ser
aprofundados e ampliados, garantindo-se, ainda, oportunidades para que as
crianças
sejam
capazes de:
•
ampliar as possibilidades expressivas do próprio movimento,
utilizando
gestos diversos e o ritmo corporal nas suas
brincadeiras,
danças, jogos e demais situações de interação;
É muito importante para o desenvolvimento da inteligência
emocional, que a criança aprenda a discernir as expressões faciais das pessoas,
bem como o tom da voz. Assim, ela vai aprendendo a perceber os sentimentos das
mesmas.
Devemos estar sempre em alerta com a nossa expressão,
pois oferecemos repertório para a aquisição de gestos e posturas pela criança,
tanto intencionalmente, quando dramatizamos uma história com gestos expressivos
e tom de voz, como nos gestos da comunicação do dia-a-dia.
O que nos fala o PCN sobre o teatro:
Nos Parâmetros Curriculares Nacionais o termo teatro já é
empregado e nele é colocado que o ato de dramatizar já é comum do homem. “Ao observar uma criança em suas primeiras
manifestações dramatizadas (o jogo simbólico), percebe-se a procura na
organização de seu conhecimento do mundo de forma integradora. A dramatização
acompanha o desenvolvimento da criança como uma manifestação espontânea,
assumindo feições e funções diversas, sem perder jamais o caráter de interação
e de promoção de equilíbrio entre ela e o meio ambiente”. Brasil, 1997 (PCN)
Ao participar de atividades teatrais
o indivíduo aprende a se colocar no lugar do outro, habilidade fundamental para
o desenvolvimento do respeito e
tolerância.
A criança, ao começar a freqüentar a escola, possui a
capacidade da teatralidade como um potencial e como uma prática espontânea
vivenciada nos jogos de faz-de-conta. Cabe à escola estar atenta ao
desenvolvimento no jogo dramatizado oferecendo condições para o exercício
consciente e eficaz, para aquisição e ordenação progressiva da linguagem
dramática. (utilizar seu conhecimento do
faz-de-conta, para aprimorar a técnica).
No ensino fundamental o aluno deve desenvolver um maior
domínio do corpo, tornando-o expressivo, um melhor desempenho na verbalização,
uma melhor capacidade para responder às situações emergentes e uma maior
capacidade de organização e domínio de tempo.
O teatro na educação, também favorece o desenvolvimento
de habilidades emocionais, cognitivas e sociais, como pode ser observado na
tabela abaixo:
Aspectos
cognitivos
|
Aspectos
afetivos
|
Aspectos
sociais
|
|
|
|
Sugestões de atividades
na Educação Infantil:
Crianças de 1 à 3 anos –
·
Explorar
bastante as atividades em frente ao espelho (corpo inteiro), para o
desenvolvimento da consciência do eu;
·
Músicas
com gestos, principalmente as que falam do próprio corpo. Ex: Jacaré, Boneca de
lata, etc;
·
Brincar
de fazer caretas, imitar bichos.
Crianças de 4 à 6 anos
·
Aumentar
o grau de dificuldade das brincadeiras anteriores e manter as atividades com
espelho agora acrescentando maquiagem, acessórios, fantasias, etc;
·
Brincadeiras
de roda, Brincadeiras tradicionais com expressão corporal (A linda rosa
juvenil, quando eu era neném, etc);
·
Dança,
mímicas (imitar uma flor nascendo, jogos de adivinha com mímica).
Procurar bibliografia do Mário de Andrade que estudou
danças populares e dramáticas brasileiras
Sugestões de atividade
no Ensino Fundamental
Neste estágio vamos
tornar seu jogo dramático mais técnico, além de manter em alguns momentos
apenas o caráter lúdico, principalmente no início.
·
Brincar
livremente com brinquedos simbólicos (casinha, médico, mercado);
·
Atividades
preparatórias para uma encenação (concentração – fila indiana, espelho;
oralidade e entonação – telefone com defeito, música: Mariana; falas que
aumentam à medida que o professor se afasta; criatividade e improviso – teatro
dos braços, entrevista; expressão corporal – dança, passeio ao pântano,
zoológico, peso, corda bamba*; relaxamento – boneco de cera, de neve, balançar
como as folhas de uma árvore, correr como um rio, voar como uma gaivota, cair
como um raio etc.
·
Dramatizações
coletivas: construção de uma casa, confecção de uma pipa (duplas), criar uma
história com personagens conhecidos, etc.
·
Auto
avaliação: cada criança vai dar uma nota para o seu comportamento naquele dia
ou naquela semana e contar porquê (se quiser). (carinhas)
*
No jogo dramático a situação é delineada, mas a ação resulta de pura
improvisação em seu decorrer.
A seqüência de uma aula de teatro
concentração-dinâmica-relaxamento-auto-avaliação
Cuidados
durante a apresentação: posição em palco, cena congelada, seleção dos
atores,etc.
Pesquisa, elaboração e utilização de cenário,
figurino, maquiagem, adereços, objetos de cena, iluminação e som, elaboração e
utilização de máscaras, bonecos e de outros modos de apresentação teatral.
Seleção e organização dos objetos a serem
usados no teatro e da
participação de cada um na atividade.
Criação
ou escolha de textos e encenação com o grupo.
Inicialmente, os jogos dramáticos têm
caráter mais improvisacional e não existe muito cuidado com o acabamento, pois
o interesse reside principalmente na relação entre os participantes e no prazer
do jogo.
Como
avaliar a evolução do aluno?
Observar se desenvolve a habilidade de
concentração, expressão corporal (no início geralmente é mais tímido e sem
expressão), se respeita as regras, se melhora sua expressão oral, se interage
com os colegas e dá sua opinião.
Referências bibliográficas
Brasil. Parâmetros curriculares nacionais. arte. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília. MEC. 1997.
Brasil. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Secretaria de Educação Fundamental. vol. 3. Brasília. MEC. 1998.
Diniz, G. Psicodrama pedagógico e teatro-educação. Seu valor psicopedagógico. Icone. São Paulo. 1995.
Referências bibliográficas
Brasil. Parâmetros curriculares nacionais. arte. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília. MEC. 1997.
Brasil. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Secretaria de Educação Fundamental. vol. 3. Brasília. MEC. 1998.
Diniz, G. Psicodrama pedagógico e teatro-educação. Seu valor psicopedagógico. Icone. São Paulo. 1995.
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