Lançamento do livro: Quando o céu e o mar se encontram

No dia 16 de março de 2019 aconteceu, na Floresteria - São José dos Campos, o lançamento do livro "Quando o céu e o mar se enco...

domingo, 26 de maio de 2019

História sobre maternagem

Tomei a liberdade de copiar um trecho da postagem do blog: Educar com histórias (veja o link ao lado), pois esta proposta vai ao encontro do que acredito e procuro transmitir em minhas palestras e mesmo aqui no blog.

Como as histórias podem ajudar?




Podemos ajudar as crianças contando-lhes histórias que intencionalmente resgatem a sensação de que “o mundo pode ser bom”. Metaforicamente, é como se essas histórias carregassem as crianças nos “braços de uma mãe”, ou mesmo “no colo protetor da Mãe Terra”.

As histórias que trazem esse tipo de imagem podem ser contadas não só para celebrarmos o Dia das Mães ou quando alguém se torna mãe, mas em casos mais graves, quando identificamos a necessidade de “proteção”: um acidente, uma mudança súbita de vida, um ato violento, uma experiência traumática.

Além disso, atualmente, todas as crianças precisam de histórias que façam com que se sintam mais seguras e protegidas, que as cerquem com imagens que vão formando camadas e criando uma suave vestimenta de proteção. É como se essas histórias formassem uma “pele” extra em cada criança-ouvinte, uma pele protetora para encararem o mundo de hoje.

Já contamos histórias que atuam dessa forma o tempo todo, mas podemos fazer isso também de forma mais consciente.

Na história a seguir, indicada para crianças pequenas, dou um exemplo que nos conduz a um ninho:



“A Mamãe Passarinha está fazendo um ninho. Ela cuidadosamente o tece com galhos e musgos, gramas e folhas. Ela usa toda a sua sabedoria para criar um lar para seus passarinhos, um abrigo que resista ao vento e às chuvas. O ninho está sendo construído em um ramo robusto no alto de uma árvore, escondido com segurança pelas folhas. Se ela tiver sorte, encontrará um punhado de paina ou lã de carneiro para deixar o ninho mais macio e quentinho.
Então, a Mamãe Passarinha senta-se confortavelmente no ninho. E o calor de suas plumas despenteadas junto com suas asas, vai aquecendo os ovinhos e, depois de um tempo, aquecerá os pequeninos pássaros, como um cobertor.
A Mamãe Passarinha sempre canta doces melodias para embalar seus filhotinhos. E os raios quentes do pôr-do-sol dourado e o farfalhar suave da brisa através das folhas dizem: ‘shhhhh, shhhhh, hora de dormir, meus pequeninos’.
Quando todos adormecem, a mamãe olha para o céu estrelado, iluminado pela luz prateada da lua e dorme também, para descansar com seus passarinhos, no aconchego de seu ninho.
E no dia seguinte, quando o sol raiar, todos estarão prontos, para um novo dia começar”.



(Ao final da história, você pode cantar uma música sobre passarinhos ou mesmo tocar um instrumento que amplie a atmosfera de vôo dos pássaros).




terça-feira, 30 de abril de 2019

Meus professores - Bert Hellinger

O que seria de mim sem meus professores? Quão generosos foram eles ao me darem seus tesouros em conhecimento e habilidades, que me serviram tão bem em vida e competência para que pudesse crescer e me tornar o que sou hoje?
Muitas vezes me esqueci o quanto devo a eles. Tudo tornou-se parte tão natural de minha vida e de mim mesmo, tamanho orgulho, como se tivesse vindo de mim.  Escapava-me o tanto que devia a eles, por esquecer-me deles às vezes. Por consequência isto tornou-se menos para mim, e perdeu a força.
Agora é diferente quando eu os tenho em meu coração, quando lembro-me deles com gratidão. Então me sinto um recebedor rico. Eles estão comigo naquilo que faço e naquilo que passo aos outros, quando, assim como foi feito comigo, eu dou aos outros o que serve à vida destes e para suas realizações.
Pequeno me sinto quando me comparo a eles? Ao contrário!
Posso ficar ao lado deles, servindo à vida, como eles, humildes e pequenos diante da vida, e, portanto, de forma mais completa, plena com a vida e com seus movimentos.
Quando honro e compartilho aquilo que devo aos meus professores, outros tomam de mim mais abertamente o que dou para suas vidas. O olhar deles vai além de mim para todos aqueles que estiveram ao meu lado, que partilharam a vida comigo, quando eu partilhava esta com outros.
Então todos nós olhamos para além de nossos professores, para o espírito criativo, que está trabalhando igualmente para a vida como um todo. Assim como nós fazemos diante deste espírito, todos fazemos uma reverência aos nossos professores, e estes, junto conosco, reverenciam ante este espírito.
Ante este Espírito nós permanecemos abaixo, na terra, todos nós, todos agradecidos, igualmente vivos e igualmente a serviço do espiritual.
Bert Hellinger em seu livro "Ajuda para a Alma na vida cotidiana"
Tradução livre do inglês por René Schubert

terça-feira, 23 de abril de 2019

A FLORESTA ENCANTADA - Júlia (4 anos) e Kelem


 Era uma vez uma floresta encantada, CHEIA DE ANIMAIS FALANTES, FADAS, ELFOS, CASAS DE COGUMELOS E MUITA MAGIA.

   bem perto desta floresta havia uma cidade bastante movimentada. onde morava uma menina muito bonita e bondosa, chamada Mela.

  mela era muito corajosa e adorava fantasiar-se de princesa e usar seu colar mágico. Com ele podia voar e falar com animais. porém, algumas vezes Mela era rebelde e DESOBEDECIA SEUS pais, que apesar de a amarem muito, se irritavam e brigavam com ela. mas isso deixava o coração de todos muito triste, pois nenhum deles gostava de brigas.

   muitas vezes nossos pais nos pedem coisas que não gostamos de fazer, mas são importantes para crescermos pessoas boas. é uma forma de nos darem amor, mesmo quando não concordamos.

   um dia, mela estava muito desobediente e seus pais começaram a ficar irritados.  ao invés de obedecer, a menina pegou seu colar mágico e saiu correndo em direção à floresta.  

NeSTA FLORESTA haviam fadas que moravam dentro de cogumelos.

   as fadas são pessoas mágicas de menor tamanho, mas podem ser muito poderosas. cada tipo de fada tem um poder especial.

   clÓria era uma delas. adorava cuidar dos animais e protegê-los  DOS CAÇADORES. também adorava fazer poções mágicas e pós de fada nas suas panelas da casa de cogumelo.

    para quem não sabe o pó de fadas tem muitos poderes. pode ser usado para fazer as fadas voarem, para encontrar objetos perdidos, para trazer sorte às crianças e animais, mas é preciso ter cuidado, pois nas mãos erradas este pó é muito perigoso e pode servir para enfeitiçar as pessoas, fazendo-as coçar, espirrar e soluçar. por isso, para usar o pó é preciso ter um coração cheio de amor. pois bem, CLÓRIA estava preparando um destes pós quando ouviu um barulho muito forte vindo da floresta. saiu para ver o que era e quando voltou...

- cadê meu pó de fada? eu deixei ele bem aqui! – Disse a fada

oh não! seu pó de fadas havia sumido! e agora? quem teria roubado o pó da fadinha? seria o monstro da terra do nunca?

Dizem que este monstro aparece para destruir a floresta e ele não gosta nada nada de fadas.

CLÓRIA saiu pela floresta para ver se descobria quem tinha roubado seu pó. ouviu passos ligeiros em sua direção. ficou com medo e se escondeu atrás de uma flor, foi quando viu uma garotinha correndo com um colar nas mãos.

- quem será esta garotinha? pensou

logo a menina parou. já estava cansada de tanto correr.

- quem é você? perguntou CLÓRIA

- De onde vem essa voz? perguntou a menina

- aqui embaixo. disse a fadinha voando para perto

- quem é você?

- eu sou a fada CLÓRIA. sou protetora dos animais e você, quem é?

- eu sou mela, moro aqui perto.

- O que você faz aqui? – disse a fada

- eu vim brincar na floresta com meu colar mágico.

- Foi você que pegou meu pó?

- seu o quê?

- meu pó de fadas, ele sumiu da minha panela

- mas eu nem vi a sua panela. acabei de chegar – disse mela

- a fada entristeceu-se. afinal, onde estaria seu pó mágico?

- tive uma ideia – disse mela.

- eu posso te ajudar com meu colar mágico a encontrar seu pó.

a fada sorriu e aceitou a ajuda.

elas procuraram por todo lugar, mas não encontraram. foi então que mela se lembrou que não tinha falado as palavras mágicas.

- tuti tuti tê salabê lingue. – falou mela com toda sua força

   o colar começou a mudar de cor e iluminou a floresta. foi então que elas perceberam que o pó de fadas, na verdade, tinha caído no chão, quando clória saiu às pressas.

   as duas deram muita risada disso tudo e ficaram muito amigas, mas mela já estava com saudades de seus pais. disse que voltaria sempre para brincarem, mas que também seria uma menina mais cooperativa com sua família.

   elas se abraçaram e clÓria deu um pouco do pó de fadas que sobrou na panela para mela levar com elA.

- QUANDO VOCÊ QUISER BRINCAR, JOGUE UM POUCO DESTE PÓ PERTO DE UM ARBUSTO OU UM JARDIM COM FLORES QUE EU APARECEREI.



Quer fazer seu próprio pó de fadas? encontramos a receita da fadinha e deixamos aqui para você.



 Pó de fadas

um punhado de pétalas de rosa seca (deixar secar por uns 4 dias)

Uma colher de café de purpurina dourada

½ colher de café de gliter colorido (azul, rosa ou prata)

terra seca



preparo

bata as pétalas de rosa no liquidificador e misture com os outros ingredientes em uma panela.

Jogar no ar sempre que quiser encontrar uma fada, mas cuidado com seus olhos

quinta-feira, 11 de abril de 2019

Para a páscoa: O Coelho Coração-Valente

 

Queridas crianças, diziam que o coelho era tão medroso, que tinha medo de quem tinha medo! Assim aconteceu há 2000 anos.
O coelho era um verdadeiro medroso e tão apavorado, que até no sono conservava os olhos abertos, bem abertos, não se atrevendo jamais a dormir ou descansar de pálpebras cerradas. Queria estar sempre atento, mantendo bem abertos os seus olhos. Assim eram também as suas pernas, sempre treinadas e prontas para dar um pulo.
Esse coelho só gostava de brincar com outros coelhos que já conhecia e que moravam ali em seu vale. Todos os coelhos o queriam bem e brincavam com ele, pois conseguia se esconder como ninguém. Os outros o procuravam, mas ele conhecia os melhores esconderijos e ali se refugiava, mantendo-se em absoluto silêncio. Se os outros o encontravam, alegravam-se, tirando-o de sua toca e dançavam juntos!
Agora… era só encontrar um animal diferente e ele já corria para a sua toca ou para se esconder em algum de seus esconderijos! Tinha medo de qualquer animal que não fosse coelho: da águia no céu, dos passarinhos nos galhos das árvores, dos macacos que pulavam de uma árvore para outra e até da joaninha! Sentia um frio na barriga quando via qualquer animal que não tivesse pêlo fofinho, orelhas compridas, bigodes e um rabinho arredondado.
Numa manhã, porém – e era o primeiro domingo de Páscoa – antes ainda do sol raiar, o coelho escutou o chamado matutino: “Nada temei”. Nem todos, porém, escutaram o chamado. O coelho sim, este o ouviu e muito bem, pois dormia sempre com os olhos e ouvidos bem abertos. E o seu coração encheu-se de alegria e contentamento, de alegria e coragem. Por que ele era tão medroso?
Foi então que um passarinho veio voando e pousou bem pertinho de onde o coelho estava. Quando o coelho farejou que havia alguém desconhecido ali, começou a tremer de medo. Quem seria? Talvez um animal perigoso…
Mas o passarinho queria encontrar um novo amigo e gostou muito do jeito daquele coelho! Levou raminhos e folhas para brincarem com elas, galhinhos e minhocas, mas nada do coelho parar de tremer. Mal conseguia se mexer! Quando o passarinho olhou nos olhos do coelho, viu o medo que ele sentia e resolveu se afastar, para que ele não sentisse mais tanto pavor.
Aconteceu assim, naquele primeiro dia de Páscoa. A noite chegou e a lua surgiu grande no céu. O coelho tinha os olhos bem abertos e os ouvidos atentos. Ouviu então o chamado do anjo, que voava pelo mundo e dizia; “nada temei”. No mesmo instante, levantou-se o coelho num pulo e correu, o mais que as pernas permitiam – correu e alcançou o anjo. E o anjo perguntou: “Querido coelho, o que queres de mim?”
-“Oh, dê-me de presente um coração corajoso”, pediu o coelho. Nisto o anjo chamou um outro anjo, o qual trazia numa bandeja de prata alguns pãezinhos – o pão da Páscoa. E foi permitido ao coelho comer um dos cheirosos pãezinhos. Com isso, ficou o seu coração alegre, forte e valente.
– “Venha então junto comigo até os homens”, disse-lhe o anjo, “queremos anunciar-lhes a Páscoa”. Assim, o coelho se tornou o coelhinho da Páscoa. Depois, viveu entre os animais, em campos e florestas. Lá andava às soltas, brincando com coelhos e com outros animais. Especialmente com um passarinho que gostava de ter amigos!
Seu coração se tornou corajoso e cheio de alegria. Continuava, porém, ainda com olhos vigilantes e ouvidos bem abertos. Aliás, foi assim que ouviu o chamado do anjo. Agora ele fica sempre atento para preparar-se para a Páscoa, pois o que mais gosta nessa vida é ser o coelho da Páscoa.
Muitas aventuras vive agora o coelho, cujo coração se tornou valente desde que comeu o pão da Páscoa!
fonte: http://anaflaviabasso.com.br/index.php/2018/03/25/uma-historia-para-a-pascoa/


segunda-feira, 25 de março de 2019

Lançamento do livro: Quando o céu e o mar se encontram



No dia 16 de março de 2019 aconteceu, na Floresteria - São José dos Campos, o lançamento do livro "Quando o céu e o mar se encontram" escrito por mim, Kelem Zapparoli.


   Este livro é destinado ao público infantil e sua história aborda o tema da adoção com inspiração na Pedagogia Waldorf e na Educação Sistêmica.
   
  
   A Pedagogia Waldorf me ensinou que a história tem um poder de cura. Ela atinge o coração muito antes da razão. Já a educação sistêmica me ensinou a importância de sermos gratos aos pais biológicos.


   A Educação Sistêmica ou Pedagogia Sistêmica tem como base os estudos sobre a constelação familiar do terapeuta alemão Bert Hellinger que descobriu, através da convivência com uma comunidade Zulu, as 3 leis do amor. Leis naturais e inconscientes que regem nossos relacionamentos (pertencimento, ordem e equilíbrio).

     Mas como o professor pode usar este conhecimento em sala de aula?
   A educação nesta abordagem, traz uma nova postura aos professores. Uma delas é a de concordar com a história de cada um do jeito que ela é (pais e alunos). Sem ter pena e nem julgar. Agindo assim o professor colabora com a fluidez do fio invisível que une pais e filhos: o fio do amor.

   Mas o livro fala de adoção e não possuo nenhum aluno nesta condição!
  Apesar do livro abordar uma temática específica ele pode ser útil  para todas as crianças, pois fala de família, da importância dos pais biológicos e que devemos amá-los sem julgamentos, aceitando que sua maneira de ser e agir é o seu melhor jeito de ser dentro das limitações que possui. Afinal, quem não possui limitações?

 

  

Acessibilidade nas histórias

  


 Esta história foi adaptada e apresentada por um grupo de alunas do curso Jogos teatrais e contação de histórias, ministrado por mim no ano de 2017.
   A apresentação foi organizada e adaptada para promover o acesso da pessoa com deficiência visual na contação de histórias.
   A proposta foi fundamentada na ideia de teatro dos sentidos para explorar as sensações do público que estava todo de olhos vendados.
   No final da apresentação todos foram convidados a uma atividade ao ar livre para descobrirem qual era a árvore a que se referia a história







A grande semente

Chegou o outono...
O vento sopra (tecido)
Levanta as folhas e as sementes acima da terra carregando-as para bem longe. (Barulho de vento nas folhas)
Entre elas há uma semente que é grande e dura. Tem outras que são menores.
Uma semente voa alto, maia alto que as outras.
Voa tão alto que se queima com os raios de sol... mas a grande semente continua sendo carregada pelo vento (vento)
Outra semente cai sobre as folhas secas. Vem um pássaro (folhas) e bica a grande semente.
O vento volta a soprar (vento). E as sementes voam novamente.
A grande semente cai sobre a terra fofa. Logo vem a chuva e deixa a terra molhada (spray)
A sementinha adormece...
Veio a primavera e as sementes cresceram... cresceram, cresceram e (ploc – barulho de um saco estourando) viraram lindas flores.
A grande semente também cresceu e se tornou uma bela árvore com tronco áspero, belas flores e folhas minúsculas.
Ela era tão linda que até as trepadeiras agarravam-se nela e também cresciam com suas folhas  e cipós que enfeitavam ainda mais a bela árvore.
Suas sementes se abrigavam em favos que serviam à arte: fechados eram como chocalhos e abertos podia-se produzir o som do reco-reco...ou servir de espada na imaginação de garotos.
Logo o outono chegou novamemte. Suas folhas foram ficando amarelas e caindo no chão. Suas flores também.
E o vento? Ah! Este soprou novamente, levou as novas sementes para outra viagem...assim o ciclo recomeça e nossa história termina, mas recomeça em outro lugar...lá fora.




Teatro-educação: a importância do teatro na aprendizagem da criança



O teatro na educação tem a função de desenvolver as potencialidades expressivas da criança e não, o uso para encenações de datas comemorativas ou encerramento de projetos, como é visto em muitas escolas. Sem dúvida nenhuma esta atitude também é válida, mas o essencial do teatro-educação não é o produto final, mas sim, o que foi conquistado ao longo das atividades. 
            Entendendo o teatro desta maneira mais ampla vamos analisar a criança e sua evolução na representação:
            A primeira manifestação expressiva da criança inicia-se na expressão de seus desejos. A externalização de sentimentos, emoções e estados íntimos  do bebê, facilitarão os cuidados maternos (ex: chorar quando tem fome ganha o leite) e posteriormente serão intencionais criando a comunicação entre a mãe e o bebê.
            Por volta dos 12 meses de idade, observamos outra manifestação expressiva: o desenvolvimento dos gestos simbólicos, onde a criança revive uma cena com seus gestos ninando a boneca ou fingindo que está dormindo quando lhe é solicitado.
            Aos poucos vão refinando sua expressividade de acordo com a sua evolução simbólica.
            Agora vamos analisar o que o Referencial de Educação Infantil nos fala sobre o desenvolvimento expressivo da criança:
            Esta habilidade poderá ser encontrada no eixo sobre movimento, mencionando a importância das expressões corporais para a criança se apropriar da cultura corporal do meio em que vive.
A expressão “cultura corporal” está sendo utilizada para denominar o amplo e riquíssimo campo da cultura que abrange a produção de práticas expressivas e comunicativas externalizadas pelo movimento.



OBJETIVOS (apenas o que se refere à expressividade)
Crianças de zero a três anos
A prática educativa deve se organizar de forma em que as crianças desenvolvam as
seguintes capacidades:
• familiarizar-se com a imagem do próprio corpo;
• explorar as possibilidades de gestos e ritmos corporais para
expressar-se nas brincadeiras e nas demais situações de
interação;

Crianças de quatro a seis anos
Para esta fase, os objetivos estabelecidos anteriormente deverão
ser aprofundados e ampliados, garantindo-se, ainda, oportunidades para que as crianças
sejam capazes de:
• ampliar as possibilidades expressivas do próprio movimento,
utilizando gestos diversos e o ritmo corporal nas suas
brincadeiras, danças, jogos e demais situações de interação;


É muito importante para o desenvolvimento da inteligência emocional, que a criança aprenda a discernir as expressões faciais das pessoas, bem como o tom da voz. Assim, ela vai aprendendo a perceber os sentimentos das mesmas.
Devemos estar sempre em alerta com a nossa expressão, pois oferecemos repertório para a aquisição de gestos e posturas pela criança, tanto intencionalmente, quando dramatizamos uma história com gestos expressivos e tom de voz, como nos gestos da comunicação do dia-a-dia.

            O que nos fala o PCN sobre o teatro:

Nos Parâmetros Curriculares Nacionais o termo teatro já é empregado e nele é colocado que o ato de dramatizar já é comum do homem. “Ao observar uma criança em suas primeiras manifestações dramatizadas (o jogo simbólico), percebe-se a procura na organização de seu conhecimento do mundo de forma integradora. A dramatização acompanha o desenvolvimento da criança como uma manifestação espontânea, assumindo feições e funções diversas, sem perder jamais o caráter de interação e de promoção de equilíbrio entre ela e o meio ambiente”. Brasil, 1997 (PCN)
            Ao participar de atividades teatrais o indivíduo aprende a se colocar no lugar do outro, habilidade fundamental para o desenvolvimento do respeito e  tolerância.
A criança, ao começar a freqüentar a escola, possui a capacidade da teatralidade como um potencial e como uma prática espontânea vivenciada nos jogos de faz-de-conta. Cabe à escola estar atenta ao desenvolvimento no jogo dramatizado oferecendo condições para o exercício consciente e eficaz, para aquisição e ordenação progressiva da linguagem dramática. (utilizar seu conhecimento do faz-de-conta, para aprimorar a técnica).
No ensino fundamental o aluno deve desenvolver um maior domínio do corpo, tornando-o expressivo, um melhor desempenho na verbalização, uma melhor capacidade para responder às situações emergentes e uma maior capacidade de organização e domínio de tempo.
O teatro na educação, também favorece o desenvolvimento de habilidades emocionais, cognitivas e sociais, como pode ser observado na tabela abaixo:








Aspectos cognitivos
Aspectos afetivos
Aspectos sociais
  • Melhora a concentração;
  • Melhora a memorização;
  • Favorece a rapidez no raciocínio (ex: improvisação);
  • Favorece a oralidade, a leitura e a interpretação
  • Desperta a iniciativa;
  • Favorece a desinibição;
  • Favorece a auto-confiança;

  • Proporciona a vivência grupal;
  • Propicia a cooperação;
  •  


Sugestões de atividades na Educação Infantil:

Crianças de 1 à 3 anos –
·         Explorar bastante as atividades em frente ao espelho (corpo inteiro), para o desenvolvimento da consciência do eu;
·         Músicas com gestos, principalmente as que falam do próprio corpo. Ex: Jacaré, Boneca de lata, etc;
·         Brincar de fazer caretas, imitar bichos.
Crianças de 4 à 6 anos
·         Aumentar o grau de dificuldade das brincadeiras anteriores e manter as atividades com espelho agora acrescentando maquiagem, acessórios, fantasias, etc;
·         Brincadeiras de roda, Brincadeiras tradicionais com expressão corporal (A linda rosa juvenil, quando eu era neném, etc);
·         Dança, mímicas (imitar uma flor nascendo, jogos de adivinha com mímica).


Procurar bibliografia do Mário de Andrade que estudou danças populares e dramáticas brasileiras


Sugestões de atividade no Ensino Fundamental
Neste estágio vamos tornar seu jogo dramático mais técnico, além de manter em alguns momentos apenas o caráter lúdico, principalmente no início.

·         Brincar livremente com brinquedos simbólicos (casinha, médico, mercado);
·         Atividades preparatórias para uma encenação (concentração – fila indiana, espelho; oralidade e entonação – telefone com defeito, música: Mariana; falas que aumentam à medida que o professor se afasta; criatividade e improviso – teatro dos braços, entrevista; expressão corporal – dança, passeio ao pântano, zoológico, peso, corda bamba*; relaxamento – boneco de cera, de neve, balançar como as folhas de uma árvore, correr como um rio, voar como uma gaivota, cair como um raio etc.
·         Dramatizações coletivas: construção de uma casa, confecção de uma pipa (duplas), criar uma história com personagens conhecidos, etc.
·         Auto avaliação: cada criança vai dar uma nota para o seu comportamento naquele dia ou naquela semana e contar porquê (se quiser). (carinhas)
* No jogo dramático a situação é delineada, mas a ação resulta de pura improvisação em seu decorrer.

A seqüência de uma aula de teatro concentração-dinâmica-relaxamento-auto-avaliação
Cuidados durante a apresentação: posição em palco, cena congelada, seleção dos atores,etc.
 Pesquisa, elaboração e utilização de cenário, figurino, maquiagem, adereços, objetos de cena, iluminação e som, elaboração e utilização de máscaras, bonecos e de outros modos de apresentação teatral.
 Seleção e organização dos objetos a serem usados no teatro e da
participação de cada um na atividade.
 Criação  ou escolha de textos e encenação com o grupo.
Inicialmente, os jogos dramáticos têm caráter mais improvisacional e não existe muito cuidado com o acabamento, pois o interesse reside principalmente na relação entre os participantes e no prazer do jogo.
Como avaliar a evolução do aluno?
Observar se desenvolve a habilidade de concentração, expressão corporal (no início geralmente é mais tímido e sem expressão), se respeita as regras, se melhora sua expressão oral, se interage com os colegas e dá sua opinião.

Referências bibliográficas

Brasil.  Parâmetros curriculares nacionais. arte. Secretaria de Educação Fundamental.  Brasília. MEC. 1997.
Brasil. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Secretaria de Educação Fundamental.  vol. 3. Brasília. MEC. 1998.
Diniz, G. Psicodrama pedagógico e teatro-educação. Seu valor psicopedagógico. Icone. São Paulo. 1995. 
                       
                       Kelem Zapparoli (2009)